sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

O suicidio

Talvez você que não venha de uma família pobre, não entenda o que é vê s decepção nos olhos de Seus pais que ralaram pra caramba pra te verem estudando, e vc ter que interromper esse estudo com uma mão na frente e outra atrás por causa de uma gravidez indesejada.

Você não sabe o que é acordar a noite chorando por sonhar que deixou passar a oportunidade de continuar estudando e ser o orgulho dos seus pais.

Talvez você também não saiba o que é lidar com todas as pressões impostas a nós mulheres,
O que é vez ou outra chorar copiosamente por mais uma vez ter pensado em atentar contra sua própria vida.
E se segurar, se tremer, se machucar pra vê se aquele desejo de morte parte.
E você se esconde, se sente sozinha, se sente culpada, se sente pequena, e vai desaparecendo, até restar mais nada de si.

Hoje foi mais uma daquelas madrugadas difíceis, dormi, e acordei no meio da noite, pensei na vida, e já quis me matar, é uma coisa incontrolável, mesmo eu tentando pensar em outra coisa, vai passando em sua mente como em um computador que vc coloca pra rodar vídeos em segundo plano toda as maneiras que vc poderia se matar... Aí você pensa em sua avó, pensa em seu bebê que estar por vir, se sente mais culpada ainda e chora.
Pensa em conversar com alguém, com a avó talvez, mas sabe o sofrimento que as suas palavras a causará e mais uma vez engole toda sua dor,
Pensa em conversar com o pai da criança, afinal vcs não eram amigos?
Daí você descobre que na verdade amigo ele nunca foi, nunca teve um carinho, nunca sentiu nada por ti, e mesmo assim quando você tenta conversar, pra aliviar a alma. Ele te ignora, te maltrata, te judia...

Você mais uma vez se vê sozinha, mais uma vez se sente culpada por pensar em morrer, alisa a barriga como quem pede socorro ao filho, chora, sangra..
Mais uma vez você vê o dia amanhecer se contorcendo de dor, se contorcendo de culpa, e mais uma vez pensa na morte.
Às vezes o que vc mais queria era um abraço, um cafuné, e ouvir que irá ficar tudo bem.