Ele: Eu também não te entendo muito,
eu não me entendo, você se entende muito. Faça uma força maior de saber de você
o que sente.
Eu: Eu mesma não me entendo. Uma
hora ta tudo bem, noutra quero morrer. Isso é muito ruim. É muito ruim quando o
seu humor entra em conflito a todo instante, é
cansativo. Você acaba pirando. Porque é isso que acontece comigo, agora
eu to bem, passa dois minutos eu to mau. Tem horas que eu não dou mais
confiança, mas tem vezes que me pega de jeito.
Ele: Eu penso que eu sinto muitas
coisas, é difícil de administrar. Eu tento te entender por que eu gosto do
desafio, uma vez você disse: "ninguém me entende, poucas pessoas me
entendem", foi eu escutar isso e então cair na onda de tentar de entender.
Percebi que é uma tarefa difícil já que nos próprio não nos entendemos. No
mais, eu estou muito distante de você,
em quase tudo, não consigo me perceber
em você, Isso torna a missão mais complicada. Você é uma sujeita misteriosa, queria ter um
pouco disso dentro de mim.
Eu: Claro que somos pessoas
diferentes, com sentimentos diferentes, e experiencias diferentes. Uma coisa
pode me atordoar e para você aquilo não passa de uma besteira
qualquer. O que aflige o nosso vizinho nunca é importante o bastante. É coisa
da cabeça dele, ele inventa tudo, e faz tempestade num copo d'água.
Ele: Você é como um abra de artes,
como um quadro surrealista, faz tempo eu fico olhando e não acho um ponto de
ordem, um sentido. Não consigo ver o todo, somente partes. Acho que minha
sensibilidade me atrapalha e é isso que eu quero começar a trabalhar. Na
verdade você não tem um ponto de ordem, é avassaladora, você é o que te
agrada. Esse mistério não revelarei agora.
Eu: Eu sou eu... Em uma moldura
simples é claro. Sou aquilo que se vê.(8)
Ele: Fico triste em pensar que posso
perde minha protetora, logo agora que você é uma vencedora, capaz, uma
lutadora. Acho que você é mais do que podemos ver. É que ainda não sei ver,
estou aprendendo agora a perceber que posso perceber. Gosto de estar perto de
você, de escutar você falando. Igual lá em Angra ficou me explicando e eu tentando entender. Não sei
se entendi, nada é muito certo, exato? Acho que é esse seu jeito que faz com
que as pessoas prefiram está em um abismo com você. No mais, acho que as
pessoas gostam de querer te entender, de te escultar, um abismo é um bom lugar
para isso.
Eu: Olha Rodrigo,, ninguém tem
paciência comigo. No primeiro instante pode ate ser muito legal, mas logo perde
a graça.
Ele: Perde não, você conquista. Você é como a última folha do
capítulo de um romance de Virgínia Woolf, sempre nos prende para o próximo capítulo. De você, a gente sempre
quer mais.
Eu: As pessoas não têm paciência,
da mesma forma que hoje eu te amo, amanha eu te odeio e vise e versa. É chato
ser inconstante. Também não é porque eu tenho medo, ou coisa
do tipo. Tenho minhas noias, e essas noias me
atrapalham. Por dentro, por dentro eu estou querendo gritar. me esconder. O
grito é mudo. Eu achei aquilo errado, pode
ser noias infundadas é verdade que pode ser. Foi uma atitude precipitada da
minha parte. Não vou mentir, somente não era o momento.
Ele: Sim, você é assim mesmo, a gente te ama querendo,
as vezes, te matar um pouco, como morte por afogamento. Parece que depois disso
tudo, você saiu com um ressaca moral grande.
Eu: Ressaca moral, essa era a
palavra.
Ele: Acho que tudo é bom quando
inventa um ponto de reflexão, nisso você é ótima, é craque.
Eu: Só que esse ponto de reflexão causou um
grande estrago.
e pare de tentar me convencer que eu
sou filósofa rs.
Ele: A capacidade de pensar não é somente um
fruto do filósofo linda, até um engenheiro é capaz de pensar. No entanto, você faz isso muito bem.
Eu: Não sei até quando e como, não gosto mais do estrago.
Ele: Liberdade, não sei mais o que
queremos dizer quando enunciamos essa palavra. Acho que “até quando”, e “como”
não existe muito perto da liberdade. O estrago cansa.
Eu: O estrago não cansa, o estrago é o começo do renascer. Começar do
nada. Isso sim cansa.
Ele: Todo o processo do conhecer-se
é cansativo. Renascer dói, ainda recebemos vários tapas na cara, choramos,
enfrentamos desafios, caímos somente para levantarmos.
Eu: É mais nem sempre o tempo que
passou é o mesmo que você sentiu.
Ele: O que sentimos nem sempre é o que sentimos de fato. O real esta sempre
do outro lado da rua.
Eu: Vivo o tempo, vivo cada dia
como meu, sendo real ou imaginário, estando aqui ou na esquina.
Ele: Eu gosto do imaginário, do
I(real), gosto do sono.
O sono nos engana, nos ilude.
Quando a gente acorda, cai de cabeça, isso dói. Sou (anti)social.
A dor quase não importa, é o
preço.
Eu: Não ma dê bebida se não eu
conto a minha vida toda.
Ele: Leia a história da
contradição, leia a história do absinto.
“Ainda é cedo amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora da partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar
Preste atenção querida
Embora saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és”
Eu: Intelecto
nem sempre é interessante quando não tem uma caixa atrativa. Porque se o papel
do embrulho for ruim você não se interessa em saber o que tem dentro.
Ele: Síndrome do patinho feio, um
carinha inteligente, amigo , legal e ....
Eu: Minha caixa está vazia.
Ele: A Física diz que nada é lá
vazio de tudo. Nessa caixa ainda tem muito espaço, ocupa ela, ou chamo o “MST”
Eu: Então, muito espaço porque é
vazia, sem conteúdo, vácuo, te engole,
te sufoca porque ali não tem vida.
Ele: Tem espaço para plantar, você
tem que achar sua pedra nativa. Sua estrela.
Eu: Pedra não brota nada é só
pedra, pedra somente fica no caminho.
Ele:"O que você estão fazendo
ai?" (voz do pensamento = será que estão fumando maconha e fazendo
sexo?). "Estamos olhando as
estrelas".
Eu: Esse dia foi tão legal, pena
que todo mundo ficou doente. Estava um frio da porra.
Ele: Um dia eu cai nunca dessas
pedras. É bom cair de vez em quando. É verdade todo mundo ficou doente. Ficamos
doente mas foi divertido, isso que importa.
Eu: O abismo nem sempre é ruim. Coração partido, muito
engraçado isso.
Um partido do coração ?
É, as vezes eu acho que nunca
gostarei de ninguém é engraçado isso. Porque todo mundo é muito chato? Os que
moram perto pelo menos, chatos, chatos.
Ele: Morram os chatos e ficaremos sozinho na vida, sendo um em muito outros.
“Sou eu que vou ser seu colega
Seus problemas ajudar a resolver
Te acompanhar nas provas
Bimestrais, você vai ver
Serei, de você, confidente fiel
Se seu pranto molhar meu papel...
Sou eu que vou ser seu amigo
Vou lhe dar abrigo
Se você quiser
Quando surgirem
Seus primeiros raios de mulher
A vida se abrirá
Num feroz carrossel
E você vai rasgar meu papel.. “
E você vai rasgar meu papel.. “
Eu: “E você vai rasgar meu
papel.”. Muito foda, merecia um final
melhor.
Ele: Caderno – Toquinho. Eu gostei
dessa parte : “Seus problemas ajudar a resolver/ Te acompanhar nas provas
Bimestrais/ você vai ver...”
Eu: Não consigo pensar em nada
disso. O além não é tão além assim.
Ele: Parece que a gente diz tudo,
não dizendo.
Eu: Meias palavras bastam.
Ele: Tenho um amiga que é
assim, parece que essa é a forma que ela
achou de não se achar. De somente
encontrar-se consigo mesma nos momentos de certeza ou pouca certeza,
isso segundo ela dói menos. Isso é a frase de quem cansou-se do sal, do abismo, do caos e do estrago. Encontrar
uma alternativas não será uma coisa simples, você acha ? Estou a flutuar na
ilusão.
Eu: Não, porque o simples não é sempre o mais correto, assim
como o complexo... No final da historia são nas coisas simples que a gente se
diverte mais, como olhar as estrelas.
Ele: Como ficar perdido no Bracuí -
Angra . As ideias que flutuam no ar, o que é escrito no papel; que são
imprimidas ou carregadas pela palavra, não são aquelas que estes senhores
temem. O que temem, é a organização, a ação organizada, as tentativas
organizadas para realizar estas ideias.
Eu: O espontâneo sempre vem unido
com sorrisos, é só ir se divertindo da forma que dá, se não der? É só deixar para lá.
“Mas é preciso ter manha
É preciso ter graça
É preciso ter sonho sempre
Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida... “
Ele: Porque em parte o espontâneo é
o estrago, o estrago é o simples, é mais fácil (des)organizar, o caos é
simples.
Minha menina esta metrificando,
esta rimando.
"Quem traz na pele essa marca
Possui a estranha mania
De ter fé na vida.." Milton Nascimento
Eu “Porque eu gosto é do
estrago?”
Ele: Até quando estamos longe parece
que estamos perto.
"Me debrucei sobre teu corpo e duvidei
E me arrastei e te arranhei"
Pensei que esta vendo um filme,
cinema. Essa é a intenção. Cenas : uma janela , elas sempre são uma composição
poética linda, lua cheia, um rapaz, uma conversa, coisas que você não entende,
sentido, cabeça do colo dele. Eu gosto da provocação.
Eu: Isso me trás lembranças, lua cheia, um rapaz, uma conversa, coisas que não você não entende, cabeça do colo dele. Momentos sem sentido. “Me debrucei sobre teu corpo e duvidei”. Isso me traz outras lembranças.
Ele: Acho que essa música do chico
capta esse trecho da sua vida.
“Juro que não acreditei, eu te estranhei
Me debrucei sobre teu corpo e duvidei
E me arrastei e te arranhei.. chorei”
Grande intervalo, corte e
pausas...
Ele: A gente
percebe o que esta perto da gente.
É difícil porque já tem tudo bem localizado dentro da sua cabeça,
tudo esta no lugar que deve estar. Será que esta mesmo? Estou falando besteira?
Eu: Não sei, depende. Vai ver criei p me proteger porque tenho medo.
Ele: É isso que eu estou
falando, é muito difícil eu dizer alguma
coisa porque você já tem o contraponto.
Eu: Tenho, porque eu gosto do
estrago e me escondo dele.
Ele:Isso tudo, no mínimo é caótico
e embaraçoso.
"Você tem que
saber que eu quero correr mundo
Correr perigo
Eu quero é ir-me embora
Eu quero dar o fora
E quero que você venha comigo"
O que eu fui fazer, coitada
dessa mulher. O chico tem um alma pseudo feminina.
Fim
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