sexta-feira, 9 de julho de 2010




Fecho os olhos, mas não consigo dormir, lembranças do seu cheiro, do seu corpo, da sua voz me perturbam a mente, tirando meu sono. Em meu peito meu coração bate de forma descompassada,que chega a doer, não uma dor normal que poderia ser sanada com qualquer anestésico, mas uma dor de desespero, a sua ausência é tão tangível que chega a transcender a minha existencia e fazer parte da minha essência.
Como eu pude deixar isso acontecer, logo eu, sempre tão fria e controlada, lutando como uma louca contra o meu ser, sufocando meus sentimentos e me afogando numa irraciolidade racional.
Na escuridão sentada a janela, choro, um vento frio percorre meu corpo, lembro que minha mãe dizia que nós somos responsáveis por aquilo que colhemos, que toda ação tinha uma reação.Eu escolhi aquilo e teria que aceitar suas consequências, eu deveria saber que com sentimentos não se brinca.
Levo a mão ao peito, em vão tento arrancar essa dor, choro mais intensamente, fecho os olhos mais uma vez, em minha mente, seu sorriso me estremece a alma.
Acendo um cigarro ainda soluçando, respiro fundo, tento me recompor ..
Levanto e me jogo na cama, mais uma vez suas lembranças, lembranças de que ali nós já estivemos deitados, de que ali já fomos um, de que ali, naquele pedacinho do mundo ele já foi só meu. Pego o cobertor e o aproximo do rosto, seu cheiro ainda está ali.
Me cubro, fazendo acreditar que ainda irá voltar, Afundo minha cabeça no travesseiro, tirando meu ar, começo a respirar lentamente, sinto meu corpo adormecer, enfim adormeci.

Isis Bolzan

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