terça-feira, 6 de julho de 2010



Agonia, agonia e agonia, esses são os únicos sentimentos que “percorrem” minhas veias, como uma chama fugaz e certeira dilacerando meu peito.
Tento não pensar na vida e em meus problemas, mas sempre vem, eles sempre aparecem nesses momentos de solidão.
Neste momento deitada em minha cama, ouço vozes que eu não reconheço, fruto da minha imaginação? Certamente. Tampo os ouvidos, ligo o som, mas elas continuam aqui, paro, me concentro, olho para o ventilador através do espelho, sorrio com certas lembranças.
Respiro fundo e tendo cochilar novamente, essa agonia se transforma em lágrimas, seco o rosto antes que alguém apareça, levanto e caminho próximo a janela, dou uma espiadela, ninguém caminha pelos corredores, somente uma brisa que movimenta suavemente meus cabelos.
Ouço uma risada infantil no canto do quarto, viro o rosto, e novamente não tem ninguém, só o meu reflexo.
Caminho em direção ao espelho, me olho por algum tempo, e de repente entro em um certo transe, vindo a tona lembranças que a tempos achei que estivesse esquecido. Lembranças de quando eu era criança, quando eu ainda sorria com inocência, brincava de pique e pega com os vizinhos, tomava banho de chuva, me sujava de lama e acreditava que todas as pessoas eram felizes.
Lembrei também dos abraços sinceros, e de como tudo era simples, sem mascaras, sem regras, sem falsidade, sem tramoias desconexas.
Balanço a cabeça e volto a realidade, olhando meus olhos como dois poços sem fim, no que eu me tornei? Me pergunto, onde está toda aquela alegria de viver? onde está aquelas risadas nas horas mais improprias? aquelas brincadeiras que confortavam aqueles que amo? Aqueles abraços cheios de significados.
Sinto falta daquilo que vivi e daquilo que eu costumava ser...
Abro os olhos e acordo... me vejo novamente no escuro do meu quarto..

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